Criança que leva palmada pode ter muitos problemas mentais e sociais, incluindo agressividade.

São vários estudos que comprovam que apanhar na infância causa danos na vida adulta, mesmo que os danos não tenham sido percebidos.

A suposta eficácia da chamada “palmada educativa” na criação dos filhos é tema polêmico que sempre preocupa pais e educadores e, no Brasil, desde 2014, a Lei da Palmada está em vigor e proíbe qualquer tipo de castigo físico e agressão na educação dos pequenos. Se alguém ainda possui dúvidas sobre o assunto, um novo estudo ajuda a entender o problema ao revelar que filho que apanha pode ter até 13 problemas mentais e sociais.

De acordo com uma pesquisa realizada pelas universidades do Texas e de Michigan, nos EUA, e publicada no “Journal of Family Psychology“, crianças que apanham dos pais possuem mais chances de apresentar, na vida adulta, comportamento antissocial e agressivo.

Dados de mais de 160 mil crianças registrados durante 50 anos foram analisados pelos estudiosos e confirmaram que “palmadas educativas” e outros tipos de agressões foram responsáveis por problemas como baixa autoestima, relacionamento ruim com os pais, baixa habilidade cognitiva, entre outros.

O trabalho científico não está isolado em suas observações. Em entrevista ao site de ciência e saúde “Vox”, psicóloga Elizabeth Gershoff passou 20 anos debruçada sobre estudos que avaliaram comportamentos de crianças que foram submetidas a palmadas durante a infância e que não existe qualquer relação entre bom caráter e boas maneiras e uma palmada dos pais.

A romantização da violência contra crianças e adolescentes

  • Bater em animais é inaceitável.
  • Bater em idosos é inaceitável.
  • Bater em adultos, plenamente capazes de se defender, é inaceitável.
  • Então por que seria aceitável bater num filho, criança ou adolescente, em situação de completa vulnerabilidade?

A resposta é simples: porque fomos socializados para romantizar a violência parental que, na verdade, é a mais cruel das violências, já que vem justamente de quem deveria nos proteger, acolher e ensinar.

O adulto, quando erra, sente dor, cai ou qualquer coisa, tem acolhimento dos demais, que entendem que errar é humano, sentir dor gera sofrimento etc.

Mas quando é uma criança, esse direito é anulado e, pior, a violência é inclusive cultuada.

É bem comum pais que não batem em filhos serem tratados como se fossem os errados.

E é bem mais comum as pessoas ACONSELHAREM pais e cometerem violências contra os filhos quando o comportamento deles não corresponde ao esperado.

Essa romantização da violência parental só existe porque há PRAZER e SADISMO nessa violência.

  • Prazer de quem vê a criança sendo punida com violência.
  • Prazer em quem pune a criança com violência.
  • Prazer disfarçado de “estou educando”.
  • Mas é prazer, tanto que esses pais não só praticam, mas DEFENDEM e INCENTIVAM outros pais.

Mas como educar sem bater?

Educar um filho é um processo contínuo e permanente.

Não é você falar uma única vez e de qualquer jeito e pronto.

É você cuidar de como comunica, de como ensina, de estar presente para garantir o direito de errar e de continuar sendo amado.

Educar é acolher, é repreender, é dar limites, mas sempre com respeito.

Bater não é educar.

Bater é violência.

Você vai falar a mesma coisa mil vezes, de mil formas diferentes.

Muitas delas não vão funcionar.

Igualzinho é com o seu marido ou esposa, com o seu colega de trabalho ou com você mesma, inclusive.

Crianças e adolescentes são PESSOAS

Uma questão que é bem óbvia, mas vive sendo ignorada é que crianças e adolescentes são PESSOAS.

E, se são pessoas, não deve ser normal que sofram violência de nenhuma natureza.

Especialmente dos próprios pais.

Elas tem sentimentos, desejos, sonhos e, principalmente, direitos.

O respeito começa pelos pais, Sim!

Você pode chiar, choramingar, mas é você, pai ou mãe, que tem que começar ensinando respeito.

Sabe como? RESPEITANDO.

Não dá pra ficar exigindo respeito, enquanto desrespeita.

Principalmente porque hoje os filhos tem acesso a informações e eles vão saber em algum momento que os pais tinham a OPÇÃO de criá-los com respeito e sem violência, mas ESCOLHERAM bater.

Então vão saber que os pais ESCOLHERAM deliberadamente cometer violência contra um ser vulnerável.

Logo, obviamente isso não vai ser bom pra relação futura de vocês.

Então, meu conselho é: reveja HOJE MESMO suas atitudes e respeite seus filhos.

Não cometa violência.

Dá para educar sem nunca dar uma palmada? Dá!

Sabem por quê?

Essa desculpa de que se não bater, os filhos vão bater nos pais é só mais uma forma de se darem anuência para a mais cruel das violências: contra os próprios filhos.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here