Esse foi o mais encontrado em maior quantidade entre os resíduos litoral brasileiro, além dos de outros elementos que compõem o cigarro, e foram achados ainda materiais plásticos (52,5%) nas mais variadas formas, como plástico filme, pequenos tubos plásticos, hastes plásticas e isopor.

Um estudo inédito no Brasil, coordenado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), desponta resultados inquietantes: a cada 8 quilômetros das praias no Brasil inteiro , veranistas permanecem juntos com mais de 200 mil bitucas de cigarro, 15 mil lacres, tampas e anéis de lata, 150 mil fragmentos de plásticos diferentes, sete mil palitos de sorvete e churrasco, além de 19 mil hastes plásticas de pirulitos e cotonetes.

Rio de Janeiro – Microlixo vindo do mar coletado na areia da praia de Botafogo. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Esses dados foram divulgados pela  Agência Brasil, vinculada à Empresa de Comunicação Brasileira (EBC) do governo federal, e são resultados da 2ª parte do projeto “Lixo Fora D’Água”, que tem como objetivo eliminar as fontes de poluição marinha por resíduos sólidos e um acordo de cooperação com a Secretaria de Meio Ambiente de Santos (SP), e apoio da Agência de Proteção Ambiental da Suécia.

De acordo com os resultados, entre os restos de lixo com maior achados nas praias estão os materiais plásticos de diferentes tipos e tamanhos, como plástico filme, pequenos tubos plásticos, hastes plásticas e isopor (52,5%); a bituca de cigarro, responsável por 40,4% do lixo coletado; e borracha, metal, madeiras, embalagens e outros (7,11%).

“Os resultados desse projeto inédito são fundamentais para enfrentar o problema do lixo no mar. Mais do que limpar praias e retirar resíduos do oceano, o plano de ação permitirá às cidades o desenvolvimento de melhores práticas para evitar que os resíduos continuem a poluir o estuário e a orla da praia”, comenta o diretor presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho.

Biodiversidade, paisagens e cultura

O nosso país tem riqueza em biodiversidade, esplendidíssimas paisagens e muita cultura regional. Estima-se que o Brasil é o tem o maior número de regiões em encantos naturais na América Latina e o segundo no mundo, com base no ranking de 2019 do Relatório de Competitividade em Viagens e Turismo, publicado pelo Fórum Econômico Mundial.

Podemos citar como um exemplo, e o que foi motivo de comemoração como inclusão, é a inserção do Estado do Pará na rota de cruzeiros pelos mares do Brasil. Para se ter uma ideias , são cerca de 1,4 mil turistas estrangeiros, que navegavam em um transatlântico no começo de janeiro deste ano, e que são recepcionados com festa em torno da cultura regional do Pará.

O governo do Estado do Pará acolhe, com encontro de festas, mais de 1,4 mil estrangeiros que desembarcam em Belém.

Foto: Pedro Guerreiro/Divulgação Agência Pará

Segundo dados da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, o segmento turístico foi o motivador por estimular algo em torno de 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, completando 152,5 bilhões de dólares, segundo análises do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, em inglês).

O estudo indica ainda que o setor empregou 6,9 milhões de pessoas, reequilibrando 7,5% do total de postos de trabalho gerados no Brasil.

Riscos ambientais

Marion Silva é coordenadora de Áreas Protegidas da Fundação Grupo Boticário. Foto: Divulgação .

Marion Silva é coordenadora de locais Protegidos da Fundação Grupo Boticário.

 “Há uma clara relação entre a proteção da natureza e o desenvolvimento econômico, não só no Brasil, mas em todo o mundo”, assegurou a coordenadora.

Ela confirmou ainda , “temos de aproveitar os produtos que a natureza oferece como atrativos turísticos e também desenvolver estratégias para frear problemas ambientais existentes que podem colocar em risco essa oportunidade”.

“Para isso, é preciso envolver atores de diferentes setores da sociedade, como empreendedores do turismo, órgãos públicos, pesquisadores, instituições privadas e sociedade civil”, explica a coordenadora .

O que pode comprometer

A Fundação Grupo Boticário aponta 4 perigos ambientais que tendem a prejudicar o turismo e a economia no Brasil:

1) Disseminação de óleo

A vazão de petróleo no Oceano Atlântico causa prejuízos permanente para o ecossistema marinho, e ainda na economia da região e para a saúde da humanidade.

Em meio as catástrofes ambientais atuais no Brasil está o vazamento de petróleo no Oceano Atlântico, que se aproximou da costa em agosto e permanece degradando as praias do Nordeste. Estudiosos apontam que , em certos casos, terá um agravo irreversível  para o ecossistema marinho, como também para economia da região e para a saúde humana, analisando que metade desse óleo levará décadas para diminuir a contaminação química.

De acordo com um estudo do Ministério do Turismo, os negócios vinculados ao turismo do local agitam aproximadamente R$ 45 milhões anualmente, fundamentadas especialmente nas praias e nas paisagens naturais. Os impactos comprometem ainda a pesca e a culinária, tendo em vista que o absorvimento de óleo por espécies marinhas tem efeito na cadeia alimentar corrompida pela química.

2) Queimadas

Em 2019, foi considerado o maior número de focos de queimadas em território brasileiro dos últimos 7 anos, de acordo com análises do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Implica mais de 100 mil focos de incêndio constituíram registros em todo o País, com 20 mil somente no Mato Grosso, notadamente em terras amazônicas.

Baseado nos dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), os prejuizos econômicos no bioma provenientes do uso do fogo alteram entre US$ 12 milhões e 97 milhões de dólares anualmente, isso porque à liberação de toneladas de carbono, queda da biodiversidade, desequilíbrio ecossistêmico, modificações do clima, erosão do solo e prejuízos gerados pela saída de fumaça para outras regiões. O caos não permanece somente na Amazônia.

3) Turismo predatório

Danos a patrimônios históricos e culturais, recursos naturais e de urbanismo resultam em altos gastos públicos que se fossem evitados, como por exemplo, no episódio  da estátua de Carlos Drummond de Andrade, que é alvo permanentemente  de atos de vandalismo no Rio.

O contrário do turismo sustentável, o turismo de roubos ilegais e vandalismo é um tipo a presença de visitantes que causa impactos ambientais, culturais e sociais negativos aos destinos turísticos. Esse prática negativa afeta no desenvolvimento econômico da região.

4) Desmatamento

Bem como as queimadas, o desmatamento ainda repercute impactos negativos economicamente, social e ambiental, ocasionando perda da biodiversidade, na degradação do habitat e na gravidade no colapso climático global.

A erosão instigada pelo manobra defeituosa do solo foi culpado pela queda na produtividade em 23% da superfície terrestre, sendo que isso resulta na perda de aproximadamente 10% do Produto Interno Bruto global de todo ano.

Os resultados são do relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas a respeito da Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES), da Organização das Nações Unidas (ONU).

Este artigo foi publicado originariamente no site- Agencia Brasil ,   Fundação Grupo o Boticário e foi reproduzido adaptado por equipe do blog cantinho

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