Vínculo de amor inquebrável

Quando se é criança nem sempre o convívio entre irmãos é uma coisa fácil. A imaturidade e a falta de paciência consigo e com os outros tornam-se obstáculos para nós. Mas o fato é que amamos nossos irmãos por mais que, em alguns momentos da nossa infância, sua companhia parecesse, na nossa visão infantil, insuportável e indesejada. É um amor que cresce a cada dia porque por mais diferentes que possamos ser, um sempre vai cuidar do outro quando este realmente precisar, vai dar sua própria vida se for necessário e amor incondicional.

Cada um de nós tem a sua personalidade e o seu jeito de ser, porém, apesar de nossas evidentes diferenças, temos coisas em comum. Aprendemos juntos e possivelmente praticamente vivenciando a mesma situação, a entender como funciona a competição e a colaboração.

A relação competitiva é natural até determinado ponto, pois crescemos no mesmo ambiente e dividindo as mesmas coisas. Nossos aprendizados são divididos. Porém também desenvolvemos bastante a relação de colaboração com nossos irmãos, a empatia e a busca por conquistas em equipe. Aprendemos a dividir nosso espaço, nossos pais, nossos momentos e nossas coisas. Foi com eles que aprendemos a conviver com outros.

Conforme vamos crescendo e começamos a entender melhor a nós mesmos e aos outros, passamos por um processo que vai além de somente amar nosso irmão… começamos a admirar e a apreciar. Inicia-se a criação de vínculos afetivos de afinidade e companheirismo, de lealdade e confiança. Começamos a perceber que aquilo que temos de diferentes um do outro é aquilo que nos falta. Que ser diferente é normal e também é bom.

Durante a nossa vida aparecem diversos obstáculos que nem sempre são fáceis de serem vencidos sozinhos. Nossas famílias, nestas horas, tornam-se verdadeiras rochas de sustentação e nossos irmãos fazem parte destes momentos. Eles nos ajudam a superar nossos medos e incertezas e a tomar a melhor decisão. A nos apoiar quando realmente precisamos. Nossa vida fica mais leve ao lado deles. Por vezes, nos sentimos até dependentes desse afeto, como se, sem eles, não conseguíssemos absolutamente nada.

Claro que nem tudo é perfeito. Nenhuma família é perfeita e nem ninguém é. Podem haver momentos de discordância e o aparecimento infeliz de algum conflito entre irmãos. Porém estes momentos jamais devem ser mais fortes do que todas as coisas boas em que vivemos ao lado deles. Nenhum orgulho deve prevalecer. Devemos perceber que nada nesse mundo vale essa relação de amor natural e intensa.

Ter um irmão é ter um melhor amigo, o melhor cúmplice sempre ao seu lado. É um vínculo eterno que jamais será quebrado. Um vínculo além do sangue… da alma. Ter um irmão é entender que jamais estaremos sós. É reconhecer todos os defeitos dele como ele reconhece os seus e suportar e aceitar. É saber de todas as qualidades dele como ele sabe das suas e se espelhar e amar ainda mais. Ter um irmão é ter ganhado o maior presente que nossos pais poderiam ter nos dado.

Por Suzana Villanueva

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