“O homem que gostava de cantar”. Essa frase forma o título do livro que narra a história de superação do pequeno Isaque Cardinale Serafim. Isaque tem autismo e falou pela primeira quando tinha 6 anos, em 2018. Foi o que inspirou o livro, lançado pelo projeto Estante Mágica.
Considerado autista moderado e com apraxia de fala grave, Isaque descreve a história do personagem real Anderson Freire (intérprete e compositor da música cristã “A igreja vem”, a preferida de Isaque), que costumava cantar para Jesus. Repentinamente, a voz de Anderson some, o que o deixa muito triste e abalado. Mas, depois de muitas orações, um milagre acontece e ele recupera completamente a voz, “continuando feliz para sempre”.
Para a mãe do menino, Tatiana Cardinale, o projeto foi algo extraordinário na vida de seu filho. “O Estante Mágica é lindo e meu filho expressat suas preferências e gostos no livro foi magnífico. Sempre choro quando penso no meu pequeno – por milagre e trabalho contínuo de excelentes profissionais -, conseguiu falar pela primeira vez em maio de 2018. Já me sinto agraciada demais por ouvi-lo falar a tão aguardada “mamãe”. Mas ainda fechamos o ano com uma nova e extraordinária conquista”, celebra a mãe orgulhosa.
Mesmo com atraso na fala, somente quando o menino tinha 6 anos de idade, Isaque, hoje com 7, sempre teve o hábito da leitura. “Ele sempre gostou de ler. Possivelmente, já leu mais de 200 livros. Todo o processo da criação da obra pelo projeto Estante Mágica foi acompanhado pela professora Thais Batista. Recebia os feedbacks da professora de que ele estava progredindo e que o tema era sobre Anderson Freire, seu cantor preferido”, diz a mãe.
Tatiana fica comovida ao ler a homenagem que que seu filho recebeu da amiga com carinho, Luiza Jesus Couto. A garota escreveu o livro “O menino mais legal do mundo”, uma história sobre bullying.
“Meu filho era resistente para escrever. Com o projeto Estante Mágica, Isaque desenvolveu mais o interesse por ‘escrever’, apesar de não ter uma letra ainda adequada, e melhorou muito sua disposição pela escrita. Quando a amiga escreveu sobre bullying em homenagem a ele, foi a cereja do bolo, porque aquilo levou, possivelmente, as próprias crianças a encararem de forma diferente a questão do autista. E mostrando ainda como cada um dos amigos pode tornar essa caminhada mais leve, apenas amando o amigo em suas particularidades e diferenças. Aquela turma é um conjunto de anjos que, com suas asas, ajudam meu filho a alçar voos mais altos”, relatou Tatiana.
Este artigo foi publicado originariamente no site Razões para acreditar, e foi reproduzido adaptado por equipe do blog cantinho