O que vemos é sempre, em certa medida, uma ilusão. A nossa imagem mental do mundo só vagamente tem por base a realidade. Porque a visão é um processo em que a informação que vem dos nossos olhos converge com a que vem das nossas memórias.

Os nomes, as cores, as formas usuais e a outra informação sobre as coisas que nós vemos surgem instantaneamente nos nossos circuitos neuronais e influenciam a representação da cena. As propriedades percebidas dos objetos, tais como o brilho, tamanho angular, e cor, são “determinadas” inconscientemente e não são propriedades físicas reais. As ilusões surgem quando os “julgamentos” implícitos na análise inconsciente da cena entram em conflito com a análise consciente e raciocinada sobre ela.

Nesta imagem ambígua vemos um esquilo pronto para ser atacado por um animal feroz. Mas você consegue encontrar um outro animal nesta imagem?

Figuras ambíguas e neurociências: Por que nossa percepção muda diante de um mesmo estímulo? Recentemente, as redes sociais foram invadidas por mais uma daquelas polêmicas virais sobre imagens que deixam dúvidas, tornam-se um mistério e geram muitas teorias. Dessa vez, a discussão foi em torno da imagem na Figura (abaixo). Seria um esquilo, mas tem mais um animal escondido ali na imagem? Vale observar que a imagem é a mesma, em diferentes orientações.

Gostamos de pensar que o mundo ao nosso redor é estável e que aquilo que vemos é exatamente o que está lá. No entanto, ilusões e figuras ambíguas demonstram que não é bem assim. Ao contrário, a informação transmitida por nossos olhos é restrita e carece de um sistema perceptual complexo para que seja interpretada. O que percebemos é um produto da interação entre nossa experiência e a informação recebida.

Figuras ambíguas são estímulos visuais que podem ser interpretados pelo cérebro de duas ou mais formas diferentes sem que haja qualquer intervenção na imagem inicial. O que possibilita a percepção de figuras diferentes na mesma imagem é o fato de essas interpretações serem mutuamente excludentes, ou seja, há uma alternância entre uma e outra figura, realizada por nosso cérebro.

A ambiguidade pode residir, por exemplo, na perspectiva, figura e fundo, ou conteúdo das imagens, conforme podemos verificar na figura clássica a seguir: A seguir, vamos mostrar uma bela ilustração em que dois animais aparecem. Porém, pouquíssimas pessoas conseguem ver o esquilo e o cachorro ao mesmo tempo, aí surge a ilusão de ótica .

Amarre os sapatos, aperte o cinto, prepare-se para a batalha … Ache o cachorro!

Teste seu cérebro: Consegue visualizar o esquilo? Agora ache o cachorro!

Deixamos abaixo a solução.

Ilustração do livro “Tales of the Blue Dusk”. Artista Julian Yusim. Ano de publicação 2008.

Basta virar a imagem em 180 graus e encontrará o cachorro.

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