Projeto inovador gera formação e experiência para presos no semiaberto, para trabalhar e se profissionalizar cuidando de cães e gatos em presídios do Vale; o objetivo maior é dar uma vida melhor aos animais e levar para feiras de adoção e conseguir um novo lar.

As pessoas afastadas pela sociedade, seja pelos próprios erros ou por opções de vida, os detentos que passam pela ressocialização e os animais abandonados acham uns nos outros a oportunidade de transformar suas vidas. Estamos nos referindo ao projeto inovador em Taubaté que proporciona a chance de um futuro melhor, no qual cada um pode oferecer o seu melhor.

O planejamento do poder público do município, consolidada em acordo com a Corevali (Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região do Vale do Paraíba e Litoral) para utilizar os detentos, tem posto os detentos do regime semiaberto e ainda com provas de um comportamento adequado lidando com cachorros e gatos em situação de abandono,  que são  acolhidos levados ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) para castração e vacinação.

Cães e gatos são agora um dos motivos desse trabalho social.

TRIAGEM.

Os presos são avaliados por meio de seleção e conduta dentro da prisão, presentemente 12 detentos do semiaberto que começaram uma rotina para manter cuidados com a comida, banho e tosa, e ainda a conservação e limpeza dos canis e gatis.

As vantagens desse projeto são a interação com os animais e ganho de qualificação profissional, e os homens presos podem operar por remissão: a cada três dias trabalhados, um dia excluso em sua pena para retornar a ressocializado. Esse é o primeiro projeto desse tipo no estado de São Paulo.

Nos dias de hoje, o projeto está sendo implementado em 2 presídios, com 33 cachorros sendo cuidados no P1 (Penitenciária Tarcízio Leonce Pinheiro Cintra) de Tremembé e outros 24 gatos no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Taubaté, é uma oportunidade para esses animais , uma melhor forma de viver do que nas ruas.

RESULTADO.

“Percebemos que tanto os animais quanto os presos ficam mais calmos, interagem melhor com as pessoas, aumentam a autoestima, riem mais, se comunicam melhor, ficam mais expansivos e receptivos”, conta Cláudio José do Nascimento Brás, que atua como diretor técnico do CDP.

“Através dos animais, você trabalha senso de responsabilidade e afetividade. Devolvemos o preso à sociedade ele estando melhor do que entrou. O projeto vem totalmente de encontro à essa nossa missão”, articula André Bolognin, diretor técnico na P1 de Tremembé.

Enquanto o projeto recebe aos poucos os animais que chegam, nos fins de semana serão levados em feiras para adoção em toda a cidade, esta é uma parceria idealizada pelos protetores de animais.

Iniciativa partiu de juíza e ação deve servir de modelo para outras unidades

A grande mentora desse projeto importante veio da juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da 1ª Vara das Execuções Criminais de Taubaté, que sustenta um acordo entre prefeitura e governo do Estado. Ela ainda tem a contribuição do CCVEC (Conselho da Comunidade da Vara da Execução Criminal), que trabalham como voluntários para projetos com ressocialização de presos.

“Esse amor incondicional dos animais é exatamente o que os presos precisam, para que tenham uma chance de reintegrar e voltar para o convívio social. O que é tão fácil com os animais, já é algo inato a eles, no ser humano não, é preciso ser cultivado. Para gente isso é difícil, sobretudo em indivíduos que estão segregados.”, descreve a juíza.

O objetivo do projeto é ainda conseguir parceiros, para dar continuidade no trabalho em cuidar dos animais e favorecendo o processo de ressocialização dos presos, que significa uma oportunidade de liberdade e que pode ainda ser um estímulo e modelo para as outras unidades prisionais do país  “Projetos são bons quando auxiliam todos os lados. É muito gratificante ver esse trabalho funcionando, com o apoio do Conselho, agora com parceria também com protetores de animais. Agora vamos ter força para expandir essa ideia, ser implementado para outras unidades não só na nossa região, contribuindo com todos os envolvidos.”

Este artigo foi publicado originariamente no site- O vale, e foi reproduzido adaptado por equipe do blog cantinho

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