Cerca de aproximadamente 30% das mudas de árvores morrem durante os primeiros meses do ano depois que são plantadas. A missão é conservá-las com saúde, irrigadas e resguardadas da proliferação de pragas e outros inimigos naturais. Trata-se, portanto, de um trabalho feito manualmente, e assim um custo alto. O trabalho dobra em áreas longínquas de florestas tropicais que é quando esse trabalho é bem mais dificultoso e desafiador.
Com a intenção de tornar esse trabalho hábil e simples o reflorestamento em larga escala, três brasileiros inventaram um dispositivo projetado para resolver todos os impedimentos mencionados acima.
O Nucleário foi criado pelos irmãos Bruno e Pedro Pagnoncelli e Bruno Ferrari, do Rio de Janeiro. O mesmo recebeu o prêmio de US$ 100 mil no Biomimicry Global Design Challenge, agenciado pela Fundação Ray C. Anderson, dos Estados Unidos. O evento tinha como objetivo promover novidades no combate as mudanças climáticas.
Os especialistas projetaram o Nucleário de maneira extraordinário, que dispensa a mão de obra e monitoramento depois do plantio de mudas, em lugares de reflorestamento.
A invenção foi inspirada no design das bromélias, funciona e trabalha da seguinte forma: a muda é plantada no centro da “roda”. Durante as estações de estiagem, devido a sua forma, o Nucleário arquiva a água da chuva e libera dela via capilaridade, permitindo dessa forma que a irrigação seja contínua. E ainda , o aparelho tem a superfície negativa, que configura uma barreira física contra as formigas cortadeiras.
Enfim, por ser produzido com material 100% biodegradável, depois de três anos, este material começa a se derreter na terra.
Os primeiros testes com o Nucleário, aconteceu na Mata Atlântica. De acordo com os responsáveis pelo projeto do Nucleário, a terra tem potencialidade de reflorestamento de 17 milhões de hectares. Contudo, são espaços degradados, de plantio difícil, sendo que em regra, oferecem baixo nível de resiliência, difícil acesso, relevo montanhoso e alto índice de insolação.
“A natureza precisa da ajuda do homem para conectar esses fragmentos e criar corredores florestais”, disse Bruno, em entrevista ao Business Insider. “Precisamos fazer isso o quanto antes”.
Este é apenas um dos muitos prêmios de design e sustentabilidade que o dispositivo criado pelos empreendedores do Rio já ganhou. Dentre tantos reconhecimentos, ele já ganhou o BraunPrize (Alemanha), RedDot (Singapura), International Design Excellence e o Biomimicry Global Design Challenge (Estados Unidos). Entre os prêmios nacionais, levou o IdeaBrasil e foi um dos finalistas do Desafio Ambiental, realizado pelo WWF-Brasil.
Parabéns para esses brasileiros!!
Este artigo foi publicado originariamente no site- conexão Planeta, e foi reproduzido adaptado por equipe do blog cantinho.